Um dos seis sobreviventes aéreos com o acidente com o avião da Chapecoense, o jornalista Rafael Henzel acredita que o processo de indenização das vítimas será delicado e aposta em uma ação coletiva para garantir os direitos das vítimas. Convidado do “Redação SporTV” desta terça-feira, o narrador afirmou que em nenhum momento foi procurado por alguma seguradora ou representantes da companhia aérea LaMia, apontada como responsável pela tragédia, juntamente com o piloto, e destacou o papel do clube para exigir os pagamentos.
– A Chapecoense se mostrou ponto de partida da busca de uma indenização. Estou há 54 dias do acidente. Tirando Chapecó, meus amigos médicos, a própria Chapecoense, ninguém me ligou para saber se estou precisando de alguma coisa, absolutamente ninguém (…) Hoje, a Chapecoense tem essa responsabilidade de levar em conjunto essa ação, juntamente com as famílias. E a Chapecoense é um time família, tenho certeza que ela vai buscar os direitos de todos nós. Estou vivo, esse é o maior direito que Deus me deu, porém, sabemos, nossos colegas jornalistas e radialistas que se foram – afirmou.


Segundo Henzel, o clube fez uma reunião com familiares de funcionários e esposas de jogadores na semana passada para tratar do assunto. A ideia também é deixar claro de que maneira as doações vão ser repassadas – o jogo entre Brasil x Colômbia, por exemplo, terá a renda revertida aos familiares das vítimas, e explicar as diferentes ações previstas – Além das indenizações por parte dos responsáveis, também tem o pagamento dos seguros de vida por parte do clube.
– Estamos falando de coisas distintas, o sentimento da perda, mas a necessidade dos direitos para seguir a vida. Tenho certeza que a Chapecoense vai ter a habilidade, dentro de todas essa circunstância, de fazer com que todos recebam seus direitos. É muito delicada a questão, a relação, mexe com o coração, a tristeza das pessoas. A Chapecoense reuniu todo mundo, e ai deu um avanço. Imagino que só uma ação coletiva é que possa garantir alguma coisa – considerou.
Henzel informou que em fevereiro haverá uma reunião para tratar dos processos envolvendo o governo boliviano e a seguradora da empresa LaMia. O acidente aconteceu dia 29 de novembro, quando a delegação da Chapecoense viajava para a Colômbia para a disputa da final da Copa Sul-Americana. Morreram 71 pessoas, entre elas 19 jogadores, comissão técnica, dirigentes, jornalistas e convidados.