Não adianta torcer o nariz para a salada que antecede as refeições ou aquela fruta servida no lugar da esperada sobremesa com chocolate. Os vegetais, e isso inclui frutas, verduras e legumes, ainda são as melhores fontes de fibras, vitaminas, sais minerais e outras substâncias essenciais para melhorar o bom funcionamento do organismo. Para se ter uma ideia da importância deles em nossas mesas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Panamericana da Saúde (Opas) concluíram que, pelo menos, 60% das mortes em todo o mundo poderiam ser adiadas, ou mesmo evitadas, se as pessoas adotassem posturas mais saudáveis diante da vida, entre elas o consumo de, no mínimo, cinco porções (ou 400 gramas) dessa categoria de alimentos.

Mas nem mesmo esse alerta parece convencer a população a repensar a sua alimentação. No Brasil, apesar do imenso território fértil e da variedade de vegetais à disposição, as pessoas não chegam nem próximo à recomendação da OMS. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que o consumo médio de vegetais é um terço do mínimo recomendado.

Para a nutricionista Flávia Felippe, o ideal seria a ingestão de duas a quatro porções de frutas e de três a cinco, de legumes e verduras diariamente, porque eles contêm ativos funcionais capazes de, além de nutrir e nos manter fortes, prevenir muitas doenças, até mesmo doenças crônico-degenerativas.

O problema é que a correria diária — sempre ela, a desculpa da falta de tempo — faz com que as pessoas mal consigam fazer as refeições, quanto mais prestar atenção ao que colocam no prato e se a seleção de alimentos daquele dia cumpriu a meta diária de vegetais. Aliás, ao chegar em casa à noite exausto, quem se lembra do que almoçou? Há ainda quem só come um tipo de fruta ou de verdura todos os dias e acha que já fez a sua parte. Embora seja um caminho para melhorar a qualidade de vida: está longe do que é correto.